terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Faleceu José Victor Soares, insubstituível pioneiro da Ufologia

"Tenho uma compulsão para ir a campo e falar com as testemunhas diretamente. É assim que aprendi a fazer Ufologia, e não ficar num gabinete esperando que os casos cheguem às minhas mãos". (José Victor Soares)
Victor Soares era querido e respeitado pela Ufologia Brasileira e Internacional
Comunicamos entristecidamente a partida de mais um dos pilares da Ufologia Brasileira e Mundial, na manhã desta sexta-feira, dia 10 de dezembro.
José Victor Soares foi definido pelo saudoso general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, outro pioneiro da Ufologia Brasileira, como "o homem que é uma instituição de pesquisas". Uchôa declarou também que "o seu senso de organização transparece na cuidadosa arrumação dos milhares de casos estudados e na catalogação das mais de cinco mil correspondências que trocou com ufólogos de todas as partes do mundo".
A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO, reiteradas vezes admitiu ter recebido forte influência de Victor Soares para a construção da linha editorial mantida até hoje pela UFO.
O estudioso transmitiu ao editor e à boa parte do Conselho Editorial da publicação métodos investigativos e modelos de organização no lido com a informação ufológica, além da importância do contato “olho no olho” com as testemunhas, a chamada investigação de campo. Ainda deu o exemplo da persistência e da luta obstinada pelas respostas para a fenomenologia ufológica, inclusive em níveis além dos convencionais.
Nascido em 1931, em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, nos Açores, o português Victor Soares teve seu primeiro contato com a Ufologia aos 12 anos, quando, no quintal de sua casa, ouviu uma voz masculina dizendo que era para ele olhar para o céu.
Isso se deu pelo menos quatro anos antes do início do que se convencionou chamar de Era Moderna dos Discos Voadores, em 24 de junho de 1947, quando passamos a conviver de maneira mais intensa e contínua com outras inteligências cósmicas.
Anos mais tarde, em 1954, viu uma esquadrilha de naves sobre a Europa. Três anos depois, em 1957, aos 26 anos, já inteiramente entregue à pesquisa ufológica, mudou-se para o Brasil. Veio de navio e desembarcou na cidade de Santos (SP).
Tempos depois, foi morar em Alegrete (RS), onde fundou, em 1967, seu primeiro centro de estudos, o Grupo Independente de Pesquisa de Objetos Voadores Não Identificados (Gipovni).
Somente no Brasil, o estudioso pesquisou mais de mil casos ufológicos, muitos dos quais permanecem inéditos em sua volumosa biblioteca, alojada num dos quartos e na sala de sua casa, no Rancho Cruz do Sul, em Gravataí, arredores de Porto Alegre, para onde se mudou em 1972.
Lá, ele criou a Irmandade Cósmica Cruz do Sul (ICCS) que, em 1996, foi substituída pelo Grupo de Estudos de Navexologia e Arqueologia (GENA), do qual era atual presidente. "O Victor Soares não é um ufólogo. Ele é uma verdadeira instituição de pesquisas ufológicas", costumava se referir a ele seu contemporâneo, o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa.
Respeito e homenagem
Soares escreveu inúmeros artigos, que foram publicados em revistas inglesas, francesas, espanholas e italianas, sendo conhecido em todo o planeta por seu pioneirismo – talvez até mais do que era conhecido no Brasil, onde realizou, em mais de cinco décadas, cerca de 700 investigações de campo, a maioria delas no Rio Grande do Sul, onde residia desde que emigrou para cá.
Esteve em vários países e acreditava ter vivido mais de 30 experiências ufológicas de todos os tipos. Era consultor da Revista UFO desde sua fundação, há 27 anos, tendo publicado nela vários textos com os resultados de suas pesquisas.
Articulado em suas colocações e ufólogo de mão cheia, ele surpreendia pela modéstia e aparente fragilidade física. Foram dele contribuições significativas à Ufologia Brasileira e Mundial, como o caso do ataque de um UFO a um soldado de Alegrete e inúmeros episódios de mutilações de animais, abduções alienígenas e aterrissagens, que investigou pessoalmente.
"Tenho uma compulsão para ir ao campo e falar com as testemunhas diretamente. É assim que aprendi a fazer Ufologia, e não ficar num gabinete esperando que os casos cheguem às minhas mãos", dizia. Victor Soares residia há mais de 40 anos em Gravataí, numa casa muito simples, rodeado de árvores, cães, gatos e galinhas.
Em abril de 2008, em agradecimento a tantos anos de luta e dedicação à Ufologia, Victor Soares recebeu uma homenagem dos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), durante congresso realizado em Porto Alegre.
Isso se deu em função do reconhecimento, por parte da CBU, de que a atual geração de estudiosos do Fenômeno UFO no país recebeu herança direta de veteranos como ele, e que os principais fundamentos da Ufologia Brasileira estão apoiados nas colunas que eles ergueram.
Este na foto acima é o soldado Paulo Pacheco Furlim, que atirou em um UFO de dentro do quartel. A bala ricocheteou e voltou, dividida em duas partes, atingindo-o no joelho. Como resultado, perdeu a perna e foi proibido de tocar no assunto por muitos anos.
Créditos por esse artigo: Revista Ufo

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